domingo, 31 de julho de 2011

Os livros

Ela só queria ler um livro em paz. "Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro", essas coisas. Mas não conseguia. Toda vez que começava a leitura uma angústia a dominava, parecia que um mundo de tensão a espreitava. Não era calmo. Lia. Depois deixava ao volume terminado na estante e olhava, temerosa, para todos aqueles outros ali guardados. Juntava mais livros do que podia ler. Sonhava ser devoradora. Daquelas que leem 100 livros por ano. 100 livros. Tão bonito esse número. Não passava de vinte, sendo uns cinco ou seis inacabados. Sonhava, também, entrar na história, sentir-se livre, liberta na ficção, de mãos dadas com seus ídolos literárias, vivendo uma emoção muito diferente do que sentia. E foi assim que a atração pelos livros, lindos, limpinhos nas livrarias - vibrantes nos sites das livrarias - fez com que ela construísse sua biblioteca feita de angústia e medo. Como só uma paixão interminável e talvez reprimida pode construir: um universo só seu, feito de uma coisa que só ela podia reconhecer. 

sábado, 30 de julho de 2011

Livros me dão náuseas 19

Eu voltei. 
A ler
A escrever
A postar
A respirar

Lendo: Azul corvo (Adriana Lisboa) e O Fotógrafo (Cristóvão Tezza).

Agora vai, minha gente... Agora vai!