Hoje se elegeu a primeira mulher presidente do Brasil. Mais uma para a América do Sul – além de Cristina Kirshner e Michele Bachelet. Isso nos mostra uma mudança em relação à visão dos gêneros? Sim. Inclusive pode-se dizer que é uma vitória para as mulheres. Vitória até gramatical pela possibilidade de escrever, dizer PRESIDENTA. A desinência de gênero não é mera formalidade dentro de uma língua cujo padrão é masculino. Língua essa que reflete a cultura.
Entretanto, o feminismo não supera o realismo. A primeira presidenta não representa uma mudança radical, foi rejeitada por muitos eleitores, inclusive por aqueles e aquelas que, como eu, decidiram em que NÃO votar e ajudaram a colocá-la no poder.
Em minha primeira eleição, votei no Lula. Ele ganhou e foi extremamente emocionante saber o resultado das urnas e depois vê-lo receber a faixa de presidente da república. Foi bonito.
Dessa vez não senti tanta emoção, é mais apreensão pelas cenas do próximo capítulo. Porém não podemos ser apenas espectadores como temos sido. Temos que ser muitas presidentas, sejamos homens ou mulheres, e provocar uma mudança que vá além do gênero do substantivo.