sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Chuva de verão (final)

Fui me aproximando, vi seu rosto assustado-envergonhado. Tentando se encolher quando não havia como.
Elisa estava sentada em um banco, virada em minha direção da cintura para cima. Seu banquinho estava quase todo imerso em um tanque, uma espécie de aquário. Me aproximei e olhei para dentro desse tanque. Vi o brilho prateado de peixe. Olhei nos olhos de Elisa. Emocionados. Dentro da água o brilho cintilou. Elisa moveu a cauda e me deixou ver a ponta.
Maravilhada, olhando em seus olhos, desci o corpo e toquei a água. Senti um espasmo em seus músculos. Toquei com a ponta dos dedos as grossas escamas. Fui abrindo a mão até encostar a palma no duro de escamas que eram as pernas-cauda de Elisa. Comecei a acariciá-la e senti que por dentro estremecia. De medo, de prazer. Segurei a cauda com as duas mãos e tirei da água para ver melhor.
“Lindo”.
Elisa ficou ruborizada. Eu, extasiada. Apertei a cauda contra meu corpo, molhando o já molhado de chuva uniforme da escola. Encostei minha face nela, senti com a pele delicada da bochecha a escama dura, lisa e prateada. Rolei o rosto até encostar a testa e olhei de pertinho aquela madrepérola. Sentia a respiração suspensa de Elisa, a minha também estava assim.
“Minha mãe pode chegar, Lara. Não sei o que ela faz se descobrir que alguém sabe do meu segredo”.
Apertei mais uma vez seu rabo contra meu corpo e beijei-o. Mergulhei de volta na água e saí correndo. A chuva passara.

Um comentário:

Catchita Iana disse...

- aah, eu nao acredito.. achei que fosse alguma doença, alguma loucura ¬¬'
asuhasuhaiuhsaiuhsa
amei o texto :D