quarta-feira, 1 de abril de 2009

A noiva tímida

Seu vestido era de um branco perolado. Um branco não-branco. Ia se casar depois de cinco anos de namoro e dois de noivado. Enxoval bordado, lindo, lindo. O noivo comprou uma casa que ela ainda não conhecia. A mãe comprou camisolas que ainda não vira. Um pouco nervosa subiu as escadas da igreja e, muito baixinho, respondeu que sim. Queria se casar. No carro, encolheu-se no abraço no recém-marido que antevia as delícias do amor de mais tarde. Na festa, dançaram a valsa, ela, nada mais, cumprimentou um por um e alegando cansaço sentou-se até a hora do bolo. Não o comeu, evitando o açúcar para manter o corpo de noiva. No hotel, reservada uma linda suíte que esperava o feliz casal com pétalas de rosa e champanhe. Entrou no colo como diz o ritual. Beberam a primeira taça. Ele a conduziu ao banheiro para que trocasse o vestido pela camisola. Ele, já sob os lençóis, a esperou. A noiva deitou-se. O noivo a abraçou, tentou tirar sua camisola, ela não deixou. Tentou beijá-la na boca, ela rejeitou. Tentou deitar-se sobre ela. Ela pegou a garrafa de champanhe e golpeou-o na cabeça. Dormiram em paz.

2 comentários:

Lion disse...

Por isso que não dá certo misturar bebida

Silvia Barros disse...

teste do bafômetro pré-lua-de-mel.