terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Gérbera vermelha

O rapaz me deu um sorriso, e eu era um homem de terno. Qual o problema, homem de terno? Preconceito meu, mesmo assim achei estranho. Cumprimentei de volta e fiquei quieto esperando o elevador chegar ao térreo. Na volta do trabalho havia uma flor no capacho de casa. Uma flor vermelha que não sabia o nome. Busquei na Internet imagens de flores pra descobrir o nome daquela: gérbera. Não pus na água, larguei em cima da mesa de jantar. Sem desprezo, apenas deixei que ela morresse.
Não morreu, de manhã ainda estava bonita e fresca. Assim como ele, no máximo dezenove anos. Assustadoramente dezenove anos. Guardei com ternura a flor no bolso interno do paletó. Desci de escada por puro medo, mas me detive astuto na portaria.
A porta aberta do elevador e ele saindo. “Bom dia”. “Oi”. Saímos juntos em direção ao centro da cidade, talvez ele fosse à faculdade. Eu de terno, suando muito por dentro. O rapaz fez menção de atravessar a rua, eu entraria à direita. “Vou por aqui”. “Tchau”. Se despediu com um beijo na boca e a mão na flor. O rapaz me deu um sorriso, e eu era um homem de terno. Qual o problema, homem de terno? Preconceito meu, mesmo assim achei estranho. Cumprimentei de volta e fiquei quieto esperando o elevador chegar ao térreo. Na volta do trabalho havia uma flor no capacho de casa. Uma flor vermelha que não sabia o nome. Busquei na Internet imagens de flores pra descobrir o nome daquela: gérbera. Não pus na água, larguei em cima da mesa de jantar. Sem desprezo, apenas deixei que ela morresse.
Não morreu, de manhã ainda estava bonita e fresca. Assim como ele, no máximo dezenove anos. Assustadoramente dezenove anos. Guardei com ternura a flor no bolso interno do paletó. Desci de escada por puro medo, mas me detive astuto na portaria.
A porta aberta do elevador e ele saindo. “Bom dia”. “Oi”. Saímos juntos em direção ao centro da cidade, talvez ele fosse à faculdade. Eu de terno, suando muito por dentro. O rapaz fez menção de atravessar a rua, eu entraria á direita. “Vou por aqui”. “Tchau”. Se despediu com um beijo na boca e a mão na flor.

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